sábado, 6 de novembro de 2010

BOA LEITURA

ESTE TAMBÉM É E MINHA AUTORIA!!!!!
Uma preguiça que precisava de banho.

Lá no meio da floresta Amazônica, vivia Tome um bicho preguiça.
Ele vivia solitário, isso porque nenhum bicho de sua espécie ou de outra gostava de ficar perto dele, nem tão pouco falar com ele. Logo que o pobre puxava um dedo de prosa a bicharada dava uma desculpa qualquer, uns saiam de fininho outros bem rapidinho.
Tome não conseguia entender o porquê, e assim vivia a falar sozinho:
_ Sou bonitão, lindo de morrer e cheiroso que só.
_ Há..., educado também, sou de nobre linhagem, meu pai foi um Duque.
_ Mamãe vivia dizendo para as comadres que eu tinha um porte atlético, isto sem falar na minha inteligência, simpatia, astucia, destreza, um verdadeiro partidão.
_ Bom já que ninguém quer prosear um pouco, vou colher flores para alegrar minha casa, vai se a bicharada resolve me visitar, não é verdade.
Descendo de uma enorme árvore, Tome se, pois a caminho de seu destino.
Seu caminhar até que era elegante, mas muito vagaroso.
Em seu caminho encontrou uma linda arara azul. E logo tratou de cumprimenta-lá, puxou uma de suas asas, e lhe deu uma bitoca e disse:
_ Lindo dia, não acha senhorita.
De repente a arara sentiu um cheiro insuportável, pobrezinha não agüentou o cheiro, perdeu os sentidos, desmaiou.
Tome parecia nem se abalar com o acontecido, ou melhor, ele ficou foi é todo orgulhoso:
_ Há sou mesmo o máximo, irresistível, elas quando não desmaiam aos meus pés, correm de tanta emoção, são tímidas, morrem de vergonha em poder falar comigo. 
_ Semana passada foi a mesma coisa com a Senhora cutia, espero que o Senhor seu marido não tenha se chateado.
_ Aí, aí... O que posso fazer são tão tímidas, tadinhas né.
Seguindo seu caminho encontro-se com um bando de macacos:
_ Tai bicho difícil de aturar, verdadeiros chatos, só sabem fazer estripulias, brincadeiras de mau gosto, e rir da cara dos outros.
_ É ..., mas como sou muito educado vou cumprimentá-los.
_Bom dia amigos!
Os macacos logo que se deram conta de que se tratava de Tome, começaram a rir e a fazer micagens tampando o nariz e zombando dizendo em coro:
_ Lá vem o fididão 
_ Ele é mesmo um porcão, não toma banho não.
_ Cruz credo que fedo!
_ Sai, sai,sai já logo daqui, vai embora, não queremos conversa com você.                                                                           
Tome indignado com tamanho desaforo saiu resmungando:
_ Como são mal educados esses tipinhos, como ousão a dizer que sou fididão. 
_ Ta certo que não sou fã de banho e que faz algum tempinho, um tempinho de nada, que não tomo banhinho né.
 _ É..., acho que já faz um..., dois..., três, não, não, quatro anos e mais alguns meses.
_ Há..., tudo isto é muito relativo, sem importância, uma mera formalidade, deixa prá lá, vou é seguir meu caminho.                     
_ Não gosto nada destas coisas, água fria credo, aaaí, tremo só de pensar.
_ Sabe não sei como os passarinhos adoram se banhar, fazem a festa numa simples possinha de água.
_ Outro bicho com este gosto estranho são os sapos, eles também são fissurados em água, a obsessão é tanta que constroem suas casas na beira da lagoa.
_ Os jacarés também! Vivem mais dentro da água do que fora, será que é por isso que são mal humorados, não gostam de prosear, logo já vem com aquelas boconas cheias de dentes para o nosso lado.
_ Mas comigo não jacaré, quando chegam pertinho de mim, logo sentem a minha personalidade forte, marcante, e vão saindo de fininho.
_ Outro dia mesmo salvei a Dona coruja de um jacaré. Ele saiu correndo de medo da minha imponente figura.
_ Coitadinha da Dona coruja nem pode me agradecer, desmaiou de tanta emoção em meus braços fortes e musculosos.
_ E os peixes então! São tão viciados em água que vivem dentro dela e sem ela morrem, pois é uma loucura só.
Quando se deu conta, Tome já havia chegado ao seu destino às margens da cachoeira, ali existiam as mais belas flores.
Tome não se cansava de admirá-las, gostava desde as pequeninas as grandalhonas se abobava todo entre os formatos e cores.
Estava tão distraído que não percebeu o perigo que o espreitava. Logo ali, entre os arbustos estava ela, a Dona onça pintada só na espreita, esperando o momento certo para dar o bote.
A Dona onça estava com muita fome e achou que Tome, seria um belo almoço.
_ Ham, achei um pato, não, não... quero dizer um bicho preguiça todo rechonchudo, vai ser um belo almoço nhanhannham...
_ Que beleza, está bem gordinha, do jeito que gosto, que delicia, hummm.
Devagarzinho a onça foi se aproximando, aproximando mais e mais, se ajeitando para dar o bote. Foi quando Tome percebeu um ruído de galhos secos estralando, e logo percebeu que algo estava errado, sentiu cala frios por todo o corpo.
Em instantes pairou um silêncio assustador, nem os grilos e cigarras ousaram cantar.
Em um gesto franzino, Tome olhou para as águas da cachoeira revelando o reflexo da onça com uma expressão aterrorizante.
Desesperado o pobre ficou petrificado sem se quer conseguir respirar.
_ Aí, aí, aiií, era uma vez um bicho preguiça.
_ Que trágico fim para mim.
_ Eu não mereço, vou virar comida de onça, não quero nem olhar.
A Dona onça faminta vinha se aproximando pronta para dar o bote ao menor gesto de Tome, quando começou a sentir um odor desagradável e que aumentava a cada passo que dava a ponto de lê doer às narinas.
Tome não se mexia, mas podia escutar os murmúrios de dona onça.
_ Nossa que fedo é esse.
           _ É um cheiro de pum..., não..., é de cece, será chulé?
_ Não, ruuum... tô achando que é de bicho morto.
_ Não credo, esta piorando é de coisa podre.
_ Não consigo respirar, meu frágil nariz não aguenta, já esta todo ardido.
_Vou acabar perdendo o meu apetite. 
A onça dona de um poderoso olfato percebeu que o mau cheiro estava impregnado no bicho preguiça.
_ É você, preguiça que esta nesta fedentina, deste jeito não dá.
_ Gosto tanto de costelinha de preguiça, que decepção.
_ Eu me recuso a comer bicho estragado, com prazo de validade vencido.
_ Vou embora, deve dar tempo para encontrar outro bicho para me alimentar, um em bom estado para consumo, não perecível.
A Dona onça saiu em disparada embreando se mata adentro.
Tome indignou se com tamanho insulto.
_ Volte já aqui, agora mesmo, sua desaforada.
_ Pensa que é assim, vai chegando à ponta de pata, me assustando com esta sua cara pintada e depois diz injúrias.
_ Impróprio para consumo, vê se pode, volte já aqui sua abusada, vou ensinar a você uma ou duas regras de etiqueta.
Tome ainda vencido pelo sentimento da indignação, estava preste a pegar o caminho de casa, quando foi surpreendido pelo bando de macacos, que desta vez, possuíam um plano arquitetado contra a preguiça.
Eles se dividirão em dois grupos, um o apanharam pelos braços, o outro o pegaram pelas pernas, em seguida começaram a balançar o pobre de um lado a outro, para dar impulso.
Tome pensava que enfim tinha acabado as implicações de ambas as partes, imaginando ser uma brincadeira entre novos amigos.
De repente lá se foi à preguiça, arremessada para o alto em direção a cachoeira.  
Ficou todo molhado, encharcado até a última ponta de pêlo, mas todo limpinho. 
Tome ficou impressionado com o novo visual, gostou tanto que resolveu aderi-lo e tomar banho todos os dias.
_ O seu locutor, pêra ai, menos amigo, ta certo que este visual de pelo brilhoso e sedoso faz sucesso com a preguiçada, mas todos os dias banho não!
           É na verdade quem não gostou desta brincadeira foram os peixes.O Seu dourado, disse que demorou dias para as águas voltarem a ficar apropriada para o nado e consumo.
                                                                               VIVIANE CARVALHO DA SILVA

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